É natural que a primeira coisa que venha à mente ao pensar em lucro na pecuária seja o preço de venda do boi gordo. No entanto, focar apenas na arroba pode ser um erro que limita o seu verdadeiro potencial de ganho.
O lucro sustentável na sua fazenda não é definido apenas pelo valor que você recebe na venda, mas sim pela eficiência da sua produção.
Para maximizar seus resultados você precisas entender e otimizar os indicadores que avaliam essa eficiência. A seguir, detalhamos três índices produtivos essenciais que você precisa acompanhar de perto para garantir uma gestão mais lucrativa, independentemente das flutuações do mercado.
Ganho Médio Diário (GMD):
O GMD é um dos indicadores mais diretos da performance individual do seu rebanho.
É o quanto de peso vivo o animal ganha, em média, por dia. Um GMD alto é um excelente sinal, pois permite que o animal atinja o peso ideal de abate mais cedo. Isso resulta na redução do tempo de permanência dele na fazenda, e menos tempo significa menor custo de manutenção por cabeça. Especialmente nas fases de recria/engorda, um bom GMD mostra que a dieta e o manejo estão sendo bem aproveitados.
Este índice é sensível a vários aspectos do seu manejo, incluindo:
- Qualidade da pastagem.
- Tipo e nível de suplementação oferecida.
- Sanidade do rebanho (controle de parasitas, vermífugos).
- Nível de estresse animal durante os manejos.
Fórmula de Cálculo:

Taxa de Lotação:
Enquanto o GMD foca no desempenho individual, a Taxa de Lotação foca na produtividade da sua área de pastagem.
É a quantidade de Unidades Animais (UA) que você mantém por unidade de área (hectare). Lembre-se que 1 Unidade Animal (UA) corresponde a um animal de 450 Kg. Este é o principal fator para aumentar o indicador de produção de arrobas por hectare, sendo o índice que possui o maior impacto econômico na sua fazenda.
Uma taxa de lotação adequada é fundamental, visto que ela evita:
- Superpastejo: Excesso de animais, que degradam a pastagem.
- Subpastejo: Poucos animais, que subutiliza o recurso disponível.
Lotações mais altas podem, em alguns sistemas, causar uma leve queda no GMD individual, mas o ponto chave é que a produtividade total por hectare aumenta, e é isso que traz mais lucro para o sistema como um todo. O ideal é buscar o ponto de equilíbrio que maximize o GMD individual e a Taxa de Lotação simultaneamente.
Fórmula de Cálculo (em UA/ha):

Desembolso por Cabeça/Mês (DC/Mês)
Este indicador é o termômetro financeiro da sua produção.
É o custo médio, em dinheiro, para manter um único animal na fazenda durante um mês. Aqui calculamos o custo total de produção variável do período, que normalmente irá incluir:
- Nutrição/Suplementação (geralmente o maior gasto).
- Sanidade (vacinas, vermífugos).
- Mão de Obra (rateado).
- Outros custos variáveis (combustível, energia, etc.).
Esse índice permite identificar rapidamente onde os gastos estão excedendo o planejado, possibilitando ações para controlar insumos mais caros e evitando que o resultado final feche no negativo.
Em momentos de alta no preço do boi magro, um baixo DC/Mês na recria/engorda dá ao produtor a flexibilidade de segurar o gado por mais tempo, esperando o melhor momento de venda par aumentar o lucro.
Fórmula de Cálculo:

O segredo está na Análise Conjunta
Para ter lucratividade não podemos olhar para um único índice, devemos analisar e buscar otimizar os três juntos.
- GMD alto: Encurta o tempo do animal na fazenda.
- Taxa de lotação ajustada: otimiza a produção total por área.
- DC/Mês baixo: Reduz o custo de cada dia que o animal passa na fazenda.
Ao otimizar esses três pilares, podemos chegar a uma relação de desembolso/@ (custo por arroba produzida) muito mais satisfatória e lucrativa.
Lembre-se, o preço da arroba é definido pelo mercado, mas a eficiência da sua produção é definida por você!
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